Shiva, como Nataraja (rei dos dançarinos)
|
A saída de Selassie deve-se ao facto de o etíope ter sido promovido a vice-director do Departamento Africano do FMI, onde vai “assumir novas responsabilidades”.
Rasmus Ruffer, do BCE, é o único chefe da Troika que se mantém em Portugal desde o início.
Esta mudança (a 3.ª) do rosto do FMI na troika que nos coloniza, volta a ter algum simbolismo e deixar algumas reticências, sobretudo pela nacionalidade do mesmo e das suas ligações diretas com a Alemanha (BCE) e a Holanda (Eurozona). Explico:
1. Qualquer alteração tem que ter uma razão, que no caso de Selassie (etíope) não deve ter nada a ver com a “promoção”, como já não teve a exclusividade de Poul Thomsen (dinamarquês) na Grécia, o que nos leva logo a pensar, que como dizem, não nos deixamos governar por qualquer um;
2. O 1.º “chefe”, da Europa do norte, que desenhou o memorando mal desenhado, penitenciou-nos logo com esse instrumento e pirou-se (convencido de ter cumprido a sua missão), para penitenciar, mais duramente, o povo grego, por ser mais pecador.
Não se entende que tal eminência, Poul Thomsen, conhecido pela defesa de uma política acelerada de privatizações e cortes desenfreados nos salários e nos serviços públicos, sendo dinamarquês, e indigitado pelo governo que perdeu as eleições em setembro de 2011, pelas políticas erradas que gerou, sem qualquer legitimidade democrática, imponha nos outros países as mesmas medidas ineficazes, que os seus concidadãos rejeitaram.
Bom, bom, seria que fosse trabalhar para o seu país de origem, contribuindo para o melhor bem-estar dos seus;
3. O 2.º “chefe”, oriundo do corno de África, aprovou todas as avaliações com “Excelente”, embora sempre com muitos “mas…”, o que na leitura dos respetivos relatórios se traduzia por um “Insuficiente”, ou seja um desastre, por incumprimento.
Não se entende que tal eminência, Abebe Selassie, que defende a redução dos vencimentos como fulcral para o crescimento, sendo etíope, um dos países africanos e dos mais pobres de sempre, tenha vindo para Portugal resolver os “nossos” problemas, quando seria tão bom para os seus, que fosse trabalhar para o seu país de origem, contribuindo para o melhor bem-estar dos seus. Parece que tive razão quando fiz este mesmo comentário, em fevereiro de 2012, ao ver agora que foi recambiado para resolver os problemas do seu continente e cá estaremos para avaliarmos o progresso que aí irá implementar, só falta saber para quem;
4. O 3.º “chefe”, indiano de nascimento (não se sabe se defende as castas ou a qual pertence), deve ter uma bitola social relativamente baixa como os baixos salários no seu país, que apesar de emergir, continuará a ser um dos países com os habitantes mais pobres do mundo durante várias décadas, pelo que se formos comparados, relativamente àquele regime laboral, estamos tramados, se deixarmos.
Não se entende que tal eminência, Subir Lall, que dá apoio à economia da Holanda e da Alemanha, onde defende um afrouxamento marginal na política orçamental e nas medidas de austeridade nos próximos anos para assegurar que a política fiscal não agir como um empecilho para a recuperação da economia e onde pede a redução da carga tributária dos trabalhadores, o aumento da disponibilidade de cuidados de alta qualidade em tempo integral e ajuda à imigração de mão-de-obra qualificada para promover o crescimento e manter a sua força de trabalho saudável, possa vir para um país tão “pobrezinho”, defender o contrário do que diz para os “ricos”, mantendo as mesmas medidas que até agora nos empobreceram.
Quer dizer… Será que Subir Lall vem para nos impor o que a chanceler alemã lhe disser ou o ministro das Finanças holandês lhe ditar?
Quer dizer… Vamos ter uma troika com um FMI não europeu, mas como se fosse?
Entretanto:
É caso para dizer que podia ir para o seu país, tratar do caso dos seus patrícios…
Qualquer dia, ainda vamos ter o Gaspar (oficialmente) na troika portuguesa…
Sem comentários:
Enviar um comentário