Passos Coelho sinalizou a sua "abertura para esse diálogo" em sede de concertação social, de forma a reforçar as "condições de confiança da nossa recuperação enquanto país."
A intenção de Pedro Passos Coelho é aplaudida pelo antigo governador do Banco de Portugal, José da Silva Lopes, que considera, todavia, que a discussão só surge devido ao aproximar de eleições. "Acho que sim, é razoável que se faça esse aumento", disse Silva Lopes, considerando que este aumento poderá ser benéfico para a economia nacional.
O antigo ministro das Finanças acusa o Governo de lançar o debate sobre o aumento do salário mínimo em vésperas de eleições europeias e com as legislativas em mente. "Claro que é uma medida eleitoralista. Tanto mais que andaram a recusar-se a isso até há pouco tempo", disse.
O economista e presidente da consultora para o desenvolvimento Quaternaire Portugal, António Figueiredo, disse: "Sou um adepto óbvio da subida do salário mínimo já", porque o país precisa deste "instrumento exógeno para incluir algumas alterações" ao actual modelo de desenvolvimento, baseado em várias vertentes, como o "embaratecimento da força de trabalho".
O presidente do Conselho Económico e Social defendeu que o aumento do salário mínimo nacional não deve ser um tema isolado no debate entre Governo e parceiros sociais para o período a seguir à 'troika'.
"No parecer que o Conselho Económico e Social aprovou [sobre o Orçamento do Estado para 2014], não só os sindicatos e as entidades empregadoras, mas também outros parceiros - autarquias, universidades, representantes de instituições privadas de solidariedade social - disseram claramente que o país precisa de um compromisso muito mais lato, com um horizonte temporal de, pelo menos, 10 anos e que prossiga 3 objetivos fundamentais", referiu. Os objetivos, acrescentou, são, “em primeiro lugar, o equilíbrio das contas públicas, em segundo, pôr a economia a crescer e, em terceiro, [fazer] a reforma do Estado".
"O salário mínimo nacional tem que aparecer no meio disto. É importante o tema mas vale o que vale", concluiu.
Agora, toda a gente está de acordo, partidos, sindicatos, confederações patronais e economistas (os que se pronunciaram) pelo que não se pode dizer que seja uma medida eleitoralista, embora se tenha que reconhecer que a oportunidade surge em cima de eleições, permitindo essa leitura, mas venham mais medidas “eleitoralistas”, que proporcione menos mal-estar a quem muito mal está!
Com surpresa, Silva Peneda desvaloriza o assunto, valorizando a implementação de um pacote de medidas estruturadas e estruturantes, para 10 anos, tempo que é demais para quem tem menos, mesmo trabalhando. Como dizia o novo Bispo do Porto: “Os pobres não podem esperar”!
No fim de tudo, entre um aumento de 15 euros/mês ou 30 ou 60, venham os estudos e decidam-se, mas nunca com base no “achismo”, o que seria fácil se se tiver em conta o preço/hora que a Sra. Merkel decidiu, depois das eleições… São quase 2 horas/mês, 3,5 horas/mês ou 7 horas/mês de um trabalhador alemão…
Por muito que Belmiro de Azevedo empole a produtividade alemã comparada com a dos portugueses, não será tanta a diferença, mas faz-nos cada vez mais diferentes…
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