“É vergonhoso que o primeiro-ministro de Portugal não só não defenda o seu país como ainda ache que tem de ser uma espécie de papagaio da senhora Merkel e vir aqui dizer aquilo que já sabemos que diz e pensa”, disse Marisa Matias, nas jornadas parlamentares do partido.
Para a bloquista, é “inaceitável” que Pedro Passos Coelho “diga e pense o mesmo que Angela Merkel”, e está a fazer no Governo “não um serviço para o país, antes para os mercados financeiros".
Marisa Matias voltou a questionar o tratado orçamental europeu, no dia em que o BE anunciou a intenção de tentar viabilizar um referendo nacional sobre o tema. “Sabemos muito bem que é necessário perguntar aos portugueses e portuguesas se estão disponíveis para ter por mais 20 ou 30 anos aquilo que é uma política de austeridade equivalente à que tivemos nos últimos 3 anos”, advogou. “Esta é uma luta que temos de travar e continuaremos a travar a nível europeu e nacional”, sublinhou ainda Marisa Matias, para quem a austeridade “não tem nada a ver com o consolidar de contas públicas”, consistindo antes num “ataque sem precedentes ao bem comum e aos direitos dos cidadãos”.
"Irlanda, Portugal, Espanha e Grécia alcançaram notáveis progressos", destacou a chanceler perante a câmara baixa do parlamento alemão, na sua intervenção no debate geral sobre os orçamentos do Estado.
A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu este sábado uma Europa mais justa, sem os altos níveis de desemprego juvenil registados em Espanha ou na Grécia, e disse que o caminho a seguir é resolver os problemas estruturais e manter o rumo da estabilidade.
“Não podemos permitir que metade dos jovens de Espanha ou da Grécia não tenham emprego”, disse a chanceler num congresso da União Cristão Democrática (CDU) centrado na aprovação do programa eleitoral para as eleições europeias de 25 de maio.
Para Merkel, combater o desemprego “não é impulsionar um programa estatal a seguir a outro”, mas resolver os problemas estruturais.
A Europa deve procurar maior consenso nas suas políticas, indicou a chanceler, que se mostrou confiante numa vitória das forças conservadoras nas eleições e reiterou o seu apoio ao candidato do Partido Popular Europeu (PPE) para presidir à Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que se deslocou a Berlim.
E lá andava a Matias a acusar Passos Coelho de papaguear tudo o que a Angela dizia e até lhe adivinhava os pensamentos, e até faz algum sentido, quando a senhora vem dizer que todos os PIGS “alcançaram notáveis progressos”, entre os quais nós(?), pelo que se entende, se se quiser interpretar em proveito próprio, e ler-se que em Portugal houve “notáveis que alcançaram progressos”…
É bom dizer que este “elogio” foi feito no parlamento alemão, sobre o orçamento deles, cujo sucesso depende muito do insucesso dos outros países-membros, mesmos dos “mais desfavorecidos”… Quanto pior para nós e os outros IGS, mais progressos serão alcançados pelos “notáveis” germânicos… Ora bem!
Eis senão quando, num congresso da CDU, já em campanha para as Eleições Europeias, a mesma senhora, vem chorar baba e ranho pelos desempregados jovens espanhóis e gregos, sem uma lagriminha pelos jovens desempregados portugueses (os mais velhos que se resignem). Ou estamos tão mal que nada nos vale, ou estamos melhor do que nos sentimos ou já ninguém nos liga ou está à espera que os nossos jovens emigrem para a Alemanha, reduzindo aqui as taxas do desemprego…
E nem Jean-Claude Juncker, tão amigo dos portugueses, como candidato do Partido Popular Europeu para presidente da Comissão Europeia fez qualquer apelo ao nosso voto na família política dele e da senhora, convencido que nós macaqueamos os nossos líderes, por sermos iguais aos líderes…
Entretanto, por cá, Passos Coelho não papagueou o assunto que “preocupa” a citada senhora, provavelmente, o que retira a tese da Marisa, a não ser que não tenha havido troca de guiões e a telepatia não tenha funcionado…
Para que não digam que o nosso PM chancela tudo o que a chanceler opina!
A autonomia é muito bonita!
Mas o mais importante é não nos esquecermos que em 25 de maio vamos ter que escolher uma família política, que olhe para nós como parentes legítimos, nos ajude a recuperar a dignidade perdida, mas também deixe de nos reduzir a mesada com que a família de abrigo anterior nos brindou…
Atentos às europeias e avisados! Daqui para a frente, não falta nada...
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