O Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), segundo informa a agência AsiaNews, advertiu ontem que a persistência dos aumentos, agregada ao crescimento dos preços dos combustíveis provocado pelos protestos em muitos países do Oriente Médio e do Norte da África, pode gerar uma forte inflação, além de mergulhar uma dezena de milhões de pessoas na pobreza e reduzir o crescimento económico previsto para a região.
Changyong Rhee, economista-chefe do BAD, observou que, embora a maioria das economias asiáticas tenha superado a crise financeira global dos últimos anos, esses grandes aumentos atingem "as famílias pobres nos países em desenvolvimento da Ásia, que já gastam mais do que 60% de sua renda em alimentos" e que isso reduz a possibilidade de essas pessoas pagarem as despesas médicas e de educação para os seus filhos.
Um aumento de 10% nos preços dos alimentos que pode levar à pobreza mais 64 milhões de pessoas. Nos últimos 12 meses, o preço do milho aumentou 90%, e a soja 40%. Significativo também o aumento do preço do arroz.
Essas altas de preços são, em parte, provocadas pelas condições meteorológicas adversas e desastres naturais que atingiram em 2010 a produção de alimentos, tais como incêndios e inundações no Paquistão, na Rússia e na Ucrânia. Outras causas importantes são os fatores estruturais, tais como a baixa do dólar e o aumento do preço do petróleo.
Apesar de a notícia ser de uma agência asiática e de o responsável pela análise sobre os preços dos alimentos ser o economista-chefe do Banco Asiático de Desenvolvimento, esta notícia é divulgada no site da Rádio Vaticano e por isso dá-lhe aval.
Pois bem! É notório que nas causas apontadas pelo economista-chefe do BAD para os aumentos dos preços dos alimentos e a sua volatilidade, não constam as razões imputadas ao Mercado e consequente especulação, cega, surda e muda, que todos os relatórios e estudos realizados e divulgados por entidades internacionais, que aqui tenho publicado e a que faço referência, apenas a 5, mas há mais.
Que o Sr. Banqueiro omita estas razões, ainda se compreende, embora possamos classificá-lo como incompetente.
O mesmo não poderemos pensar da Rádio Vaticano, que intitulando-se como “A voz do Papa e da Igreja em diálogo com o mundo” ao fazer eco de uma notícia claramente manipuladora, porque omissa, acaba assim por PECAR POR OMISSÃO, o que é grave e até poderá ser "mortal"...
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