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sexta-feira, 29 de abril de 2011

A POBREZA é um disparate e/ou inadmissível? E se for POBREZA INFANTIL?

Ainda ontem dizia eu que não havia notícias sobre a pobreza em Portugal, mas não há fome que não traga mais fome…
A taxa de pobreza infantil em Portugal é de 16,6%, superior à média dos países da OCDE (12,7%) e a 8ª entre os 34 países da OCDE, atrás de Israel, do México, da Turquia, dos Estados Unidos, da Polónia, do Chile e de Espanha, refere um estudo da Organização.
Os otimistas até dirão que desta vez não somos os últimos, estamos num honroso 27º lugar e que há muito boa gente atrás de nós…

Sem surpresa, mas com preocupação, é desta forma que Alfredo Bruto da Costa, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, reage aos dados da OCDE e sublinha que as crianças são pobres em consequência dos baixos rendimentos dos pais.
Bruto da Costa adverte que não é com uma política de baixos salários que o país aumenta a competitividade. “Cerca de 40% das famílias pobres são famílias de pessoas empregadas. Se são pessoas empregadas, não é por medidas de política social que se resolve o problema destas famílias, é um problema de política económica: eles são pobres porque os salários são baixos, incomportáveis para as pessoas viverem normalmente. Qualquer tentativa de aumentar a competitividade do nosso país através de salários baixos é completamente inviável, é um disparate”, disse.
Bruto da Costa aponta algumas opções estratégicas para o desenvolvimento social e económico: “em matéria de tecnologia, em matéria de organização, em matéria de encontrar novos mercados, novos produtos, é por aí que podemos arranjar mais empregos e mais rendimentos para as famílias mais pobres”.
Os especialistas já nem ficam surpreendidos, fazendo quatro raciocínios simples:

  • As crianças são pobres, porque os pais ganham mal;
  • Os pais ganham mal, porque o salário dos que trabalham não chega para a sobrevivência;
  • Os salários são baixos por causa da concorrência e
  • E a concorrência, por esta via é um disparate!
Está-se mesmo a ver… 
Taxa de pobreza infantil é “inadmissível”
Dulce Rocha, presidente executiva do Instituto de Apoio à Criança (IAC) sublinhou que a taxa reflecte o estado do país, “com muitas dificuldades em se conseguir alcançar o desenvolvimento, apesar de ter melhorado” e defende a necessidade de “criar formas inovadoras de redistribuir os rendimentos na sociedade”, para quem a situação é “preocupante”.
A presidente executiva do IAC reconheceu que tinha a ideia de que Portugal tinha uma taxa de pobreza infantil muito elevada, mas classificou de “inadmissível” que quase 20% das crianças vivam nestas circunstâncias e por isso sugere um debate sobre esta situação e uma contínua aposta na educação.
As voluntariosas acreditam que as coisas melhoraram, mas nem imaginavam que a coisa estivesse tão ruim e acreditam que poderão ser implementadas formas inovadoras de redistribuir os rendimentos na sociedade… Utopia e siga o baile!
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