Rejeito em mim
O peso das palavras descontentes
Aquele que nos tira o sono e o engenho
De ultrapassar esta cortina
Urdida em nevoeiro
Que se abateu aos poucos
E hoje cobre por inteiro
O meu País
Meu campo por lavrar
Desprovido de espigas e sementes.
O Homem
Não soube semeá-las
Não houve Primavera
Só Inverno
A governar sozinho o calendário.
Mas é no tempo
Nesta raiz de espera
E de tormento
Que celebramos
O Sol da Liberdade.
Dela não retiramos o pão
Não distribuímos a riqueza
Mas respiramos
A vontade e a certeza
De repetir a esperança
De repetir os cravos
Os versos da canção.
Sonhar é atributo
Necessário:
Sonho nem sempre é ilusão.
Os dias hão-de vingar
Vestidos de futuro
Justo, fraterno, solidário
Hão-de chegar
Num outro aniversário.
Celebrá-lo-emos, então
Comparável à árvore
Onde se oferece o fruto
Ao alcance tão-só
Da nossa mão.
Belo poema de Soledade Martinho Costa.Havemos de lá chagar.Os Portugueses não são o povo manso que por aí se apregoa.Todos juntos seremos muitos para os tão poucos que nos estão a dominar.Tenho essa Esperança.
ResponderEliminarHaja Esperança, repetida muitas vezes...
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