(per)Seguidores

sábado, 16 de abril de 2011

A vigarice institucionalizada e sem castigo…

As agências de notação financeira, nomeadamente a Moody's e a Standard & Poor's (S&P), é que estiveram na origem da grave crise financeira mundial que eclodiu em 2008, sabiam da bolha muito antes de ela rebentar e não fizeram nada, revela um relatório do Senado norte-americano.
O documento revela que estas agências foram forçadas a descer a classificação inflacionada que atribuíam a produtos estruturados relacionados com o crédito subprime e a atribuir notas elevadas (AAA, a melhor de todas) a estes produtos.
A análise não incluiu a Fitch, a 3ª grande agência internacional.
Conflito de interesses: agências são pagas pelas empresas que classificam
O Senado pede reformas urgentes para o setor, reformas que até estão previstas na Lei, mas os especialistas acreditam que isso pode não chegar, enquanto não for resolvido o “conflito de interesses” de que padece o setor, já que as agências que atribuem o rating são pagos pelas companhias cujos produtos as agências analisam.
Uma das sugestões do painel do Senado é por a SEC (a polícia da bolsa norte-americana, equivalente à nossa CMVM) a atribuir notas às próprias agências de rating de acordo com a precisão das suas classificações.
“O problema é que nenhuma das agências tinha um incentivo de natureza financeira para atribuir notações de crédito mais exigentes aos mesmos produtos que, durante um curto período de tempo, aumentaram a sua faturação, impulsionaram o preço das suas ações, e aumentaram a compensação paga aos seus executivos”, denuncia o relatório.
A S&P já reagiu, afirmando que os cortes de classificação de 2007 e 2008 “refletiram a deterioração sem precedentes na qualidade do crédito, mas não foram a causa”.
Pelos vistos, quando o relatório diz que estas agências não fizeram nada, responsabilizando-as pela hecatombe, quer dizer que fizeram tudo.
Pelos vistos, estes senhores (bem intencionados e) ao serviço do Bem do Mundo, foram forçados a vigarizar as classificações de produtos e empresas, trabalho que resultava no aumento da sua faturação, impulsionava o preço das suas próprias ações e aumentava a compensação paga aos seus executivos. Tudo gente séria, em que acreditam os radicalistas do Mercado. Isto nem sequer é “economia de casino”, é uma “feira da ladra” no sentido da letra.
E depois de confessarem que as vigarices não foram a causa da crise, mas apenas refletiram a deterioração sem precedentes na qualidade do crédito, nada lhes acontece, a não ser a ameaça de serem classificados por uma outra agência nacional… O crime compensa!
E só agora é que o Senado descobriu que há conflito de interesses, porque estas agências de rating são pagas pelas companhias cujos produtos as agências analisam. Isto não é raciocínio lento, é consciência pesada e colaboracionismo até aos limites da vergonha, porque ELES sabem que ninguém é tão burro que já não soubesse.
E Portugal pagou e vai pagar por isso, só falta saber quem lhes está a pagar e com que intuito…
E eu tinha razão e mais gente também:

Agências de rating com "comportamento duvidoso"

2 comentários:

  1. O mundo está virado do avesso e tenho medo das consequências.Quando as pessoas deixam de ser pessoas para passarem a ser números,quando os páíses deixam de ser países para serem peças de xadrez, e quando há apenas o vazio...Porca miséria! Se houver reencarnação, espero viver num país livre de invejosos de falsos engenheiros, de corruptos...Que nesse país o governo seja constituído por gente honesta, verdadeira, preocupada com o bem estar dos seus cidadãos,que as pessoas sorriam e se respeitem...
    (Acho que já estou a delirar).

    ResponderEliminar
  2. maria
    Está mesmo a delirar... Para encontrar esse país, com gente dessa, só no céu e assim sendo não pode, nem deve reencarnar. Esperemos que o Sócrates não esteja no céu... era o máximo!

    ResponderEliminar