Um dia após o pedido oficial do governo português, a UE decidiu que o acesso de Portugal ao pacote de resgate financeiro deverá transcorrer rapidamente.
Com 80 mil milhões de euros, a UE, o Eurogrupo e o FMI pretendem ajudar Portugal a pagar as suas dívidas e em contrapartida terá de empreender um duro programa de austeridade e dolorosas reformas estruturais, apoiado em condições estritas e negociado com as autoridades portuguesas, com o envolvimento dos principais partidos políticos, acertaram os ministros da EU e outorgaram um mandato a especialistas da Comissão Europeia, do BCE e do FMI, para em Lisboa prosseguirem as negociações.
"A preparação irá começar imediatamente, para se chegar a um acordo interpartidário que assegure que o programa de ajustamento possa ser adotado em meados de maio e implementado rapidamente depois da formação do novo governo", acrescenta a declaração dos ministros.
"Três pilares"
Segundo o texto da declaração conjunta dos ministros da UE, o programa com que Lisboa terá de se comprometer terá por base "três pilares" em que o primeiro será "um ajustamento orçamental ambicioso".
Em segundo lugar, os ministros europeus pedem "crescimento e competitividade para reforçar as reformas com a remoção de inflexibilidades nos mercados de produtos e de trabalho", o que deve incluir também um "ambicioso programa de privatizações".
Em terceiro lugar, o programa deve incluir "medidas para manter a liquidez e a solvência do setor financeiro".
Os ministros das Finanças da zona do euro e da União Europeia repetiram o apelo a todos os partidos políticos portugueses para concluírem "rapidamente" um compromisso sobre o programa de austeridade.
Baseado em primeiras estimativas, o comissário europeu de Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, informou que o país precisaria de aproximadamente 80 mil milhões de euros por um prazo de aproximadamente 3 anos. Após as eleições parlamentares de 5 de junho, os detalhes do programa de austeridade serão discutidos com o novo governo.
O ministro de Finanças da Holanda disse que o resgate a Portugal deverá ser o último no âmbito da zona do euro, acrescentando que "os outros países estão seguros".
Quem não via, tem que começar a ver o que significa SOBERANIA e como ela começou a ser beliscada.
Quando se diz que a UE, o Eurogrupo e o FMI pretendem ajudar Portugal a pagar as suas dívidas, isto significa que nos vão DAR o dinheiro, ou nos vão EMPRESTAR? A dívida vai manter-se (só troca de mãos) e ainda por cima vamos pagar em sacrifícios, o que nos impedirá de pagar a dívida?
Os ministros da UE acertaram as condições a que o apoio nos obriga, acertaram que os principais partidos políticos tem que chegar a um acordo, acertaram que só assim será implementado e acertaram que o será logo após a formação do novo governo, seja ele qual for.
E sobre o “acordo”, andam aqui as altas cabeças a discutir se o PR entra, se o governo avança e se a oposição ajuda… Mas estes senhores ainda não perceberam que já não mandam nada em Portugal? Quem manda são os Ministros das Finanças, mesmo daqueles países que já estão a pagar as favas ao dono e principalmente os dos países que estavam com a corda na garganta e a quem nós a aliviamos. Isto é que vai uma rebaldaria DEMOCRÁTICA… uma caricatura de DEMOCRACIA!
Deixemos de lado os 3 pilares, porque os conhecemos de outros filmes e não sustentarão qualquer soberania derrubada…
Talvez seja bom irmo-nos habituando a brincar aos PEC, porque o PEC 4, chumbado pela maioria dos representantes dos cidadãos, vai ter nova versão (PEC 4/2) para 3 anos, só para pagarmos os 80 mil milhões de euros da 1ª “ajuda”, cujos detalhes serão “discutidos” com o novo governo (seja ele qual for).
É claro que, não se podendo pagar em 3 anos a “ajuda”, haverá um PEC 5 e mais os que os Ministros das Finanças da UE quiserem, porque agora os outros países já estarão seguros e aliviados, por sermos nós a eliminar a ameaça do efeito dominó…
Sorria, chegou à UE e à “demoniocracia”!
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