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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Pela 1ª vez na UE vamos eleger um “Primeiro-ministro”

Nestas eleições europeias e pela 1.ª vez os partidos anunciaram os candidatos à presidência da Comissão com o objetivo de vincular diretamente o voto dos cidadãos com a escolha do próximo chefe do Executivo europeu.
Jean-Claude Juncker e Martin Schulz, os candidatos a presidente da Comissão Europeia (CE) designados pelo Partido Popular Europeu (PPE) e Partido Socialista Europeu (PSE), discordaram ontem sobre as causas da crise no 1.º debate televisivo em que participaram.
Juncker e Schulz enfrentaram-se no primeiro dos 5 debates programados para os candidatos a presidente da próxima CE, num confronto realizado na biblioteca Solvay de Bruxelas e emitido pelo canal de televisão France 24 e pela Rádio France Internacional.
Juncker defendeu que uma política frouxa e a despesa pública foram para alguns países fatores decisivos para o início da crise, enquanto Schulz sublinhou que a raiz do problema, na zona euro, foi provocada pela especulação financeira.
"A falta de disciplina orçamental teve as suas consequências. Tivemos que aplicar receitas muito duras para começar a ver sinais positivos de crescimento e de redução do desemprego", defendeu o ex-presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro do Luxemburgo.
"Não estou de acordo com o senhor Juncker. A correia de transmissão entre a divida soberana e a bancária fez ir pelos ares países com contas sólidas. Foi a especulação financeira que levou ao desastre países com contas sólidas", assegurou, por seu lado, Schulz, presidente do Parlamento Europeu.
Os 2 candidatos mostraram-se favoráveis a uma receita combinada de disciplina fiscal e crescimento, ainda que o candidato do PPE tenha posto o acento tónico no rigor das contas públicas e o do PSE no investimento.
O défice francês e a possibilidade de uma flexibilização para o objetivo do cumprimento por parte da CE foram protagonistas do debate.
Juncker pôs em dúvida que a Comissão Europeia dê uma nova prerrogativa à França para que esta cumpra com a meta de 3% de défice, enquanto Schulz abriu a porta à flexibilização caso isso ajude o novo Governo francês a por em marcha o seu plano para o crescimento e a criação de emprego.
Por outro lado, os candidatos à liderança da Comissão Europeia mostraram-se de acordo com um grande número de assuntos e cerraram fileiras em torno do euro, considerando ambos que esta moeda salvou a União Europeia de uma crise ainda maior.
Defenderam, igualmente, o respeito pela liberdade de circulação, um princípio fundamental da União Europeia.
Tanto as críticas ao euro como à livre circulação são denominadores comuns do discurso de eurocéticos e da extrema-direita, tendências que poderão registar um aumento de votos nas próximas eleições europeias a realizar de 22 a 25 de maio nos 28 países da UE.
Juncker, luxemburguês, e Schulz, alemão, declararam, antes do fim do debate, quais as suas prioridades caso sejam eleitos presidente da CE.
"Defenderei que a Europa não deve ocupar-se de tudo. A UE deve direcionar-se para os grandes temas, como o crescimento económico e o emprego, a energia ou as alterações climáticas, mas não deve imiscuir-se na vida quotidiana dos europeus", disse Juncker.
"Quero abrir as portas da Comissão. Torná-la visível e audível aos cidadãos", disse, por seu turno, Schulz, que anunciou a luta contra o desemprego, sobretudo entre os mais jovens, como uma das prioridades.

Débat entre Jean-Claude Juncker et Martin Schulz sur FRANCE 24


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