(per)Seguidores

domingo, 11 de novembro de 2012

E quem é “O LÍDER da UE”, democraticamente eleito?

O Presidente recentemente reeleito e os seus homólogos europeus enfrentam o mesmo desafio, considera o editorialista principal do jornal Le Soir: provar que uma sociedade tolerante e solidária continua a ser possível.
O "Presidente" da União Europeia(?)
Os norte-americanos voltaram a escolher um Presidente que lhes propõe uma sociedade tolerante e solidária. Essa sociedade tem sido, desde há décadas, o modelo dos europeus, que reivindicam a sua paternidade. Hoje, por uma curiosa conjuntura histórica, os dois campos têm de travar o mesmo combate e enfrentar o mesmo desafio: provar que esse projeto de sociedade é realista e continua a ser realizável.
O Presidente norte-americano deverá bater-se por impor essa solidariedade a uma grande parte da sociedade norte-americana, que não quer um fio que seja de segurança institucionalizada para todos e que prefere os prémios por mérito. Por seu turno, os europeus devem lutar para conservar o seu sistema de segurança social para todos, com modalidades adaptadas país por país.
Obama e os líderes europeus têm todo o interesse em unir forças e reflexões para encontrar uma maneira de preservar o seu projeto político: essa sociedade solidária, na qual, como diz Obama, todos têm uma oportunidade, independentemente de serem ricos ou pobres, negros ou brancos, doentes ou saudáveis, homossexuais ou heterossexuais.
Os seus inimigos são idênticos: défices orçamentais enormes, uma crise económica profunda e estrutural, a "romneyzação" das nossas sociedades.
O individualismo, alimentado pela crise económica, sente-se agora da mesma maneira dos dois lados do Atlântico, conduzindo à triagem na atribuição das "vantagens" sociais entre aqueles que as merecem (os trabalhadores) e os outros (os "que recebem assistência").
Qual solidariedade? Dispomos de meios para essa generosidade? Como articulá-la de modo diferente, para a tornar pagável? Quem, dos Obama ou dos Romney europeus, vai ganhar a partida? E poderemos acreditar, como proclamava Obama, que ainda é possível estabelecer os compromissos necessários para que a sociedade siga em frente, sem nos deixarmos cegar pelo otimismo? É este o muito difícil dilema do momento. A boa notícia, desde terça-feira, é que os europeus já não são os únicos a acreditar nisso e a ter de encontrar uma solução.
Contraponto - Reeleição de Obama reveste-se de pessimismo
Em contraponto à maior parte dos seus homólogos europeus,o România liberă considera que “a reeleição de Obama é uma má notícia” para os EUA e para o mundo em geral. O diário de Bucareste faz um balanço negativo do primeiro mandato do Presidente norte-americano, em particular no que diz respeito à política externa:
A administração Obama descurou o papel de líder mundial sob o pretexto ideológico de que não existe uma exemplaridade americana […] e de está na altura de incumbirem os outros de porem ordem no mundo.
O România liberă sublinha ainda que a imagem de “grande campeão de homem da rua e das pequenas nações” está em flagrante contradição com a realpolitik praticada por Obama, que assenta numa aliança com os dirigentes das grandes potências em detrimento dos países mais pequenos:
Um desprezo mal dissimulado mas plenamente demonstrado nestes últimos 4 anos por Obama em relação aos tradicionais aliados dos EUA – Grã-Bretanha, Polónia, Japão – e a quase total falta de interesse pelos novos aliados como nós, os da Europa de Leste, […] desvendaram a abordagem cínica mas ingénua deste Presidente que pensa que pode fazer tudo e mais alguma coisa com [o Presidente russo Vladimir] Putin, como um político de Chicago faz quando lida com os chefes da máfia.

Sem comentários:

Enviar um comentário