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terça-feira, 12 de julho de 2011

O CRITÉRIO não é pidesco, é KAFKIANO!

Passos Coelho prometeu, durante a campanha eleitoral, não levar os boys do PSD para o governo, mas também não está disponível para manter os boys de Sócrates. Num dos primeiros Conselhos de Ministros foram dadas indicações precisas para que todos os ministérios fizessem o levantamento de todas as nomeações socialistas, desde o início do primeiro governo de José Sócrates (2005).
Quem, onde trabalha, o que faz e se é útil nas funções que desempenha, são as questões a que os ministérios vão ter de dar respostas até ao fim desta semana. A radiografia pode parecer pidesca, mas é profundamente necessária, garante fonte do executivo de Passos.
"Milhares de nomeações" foi o número até ao momento apurado e avançado.
O período de caça ao boy socialista foi aberto no dia da tomada de posse do novo governo. Passos Coelho anunciou na altura a exoneração dos governadores civis: "O Estado dará o exemplo de rigor e contenção para que haja recursos para os que mais necessitam. E o meu governo será o líder desse exemplo, como, de resto, a decisão de não nomear novos governadores civis já sinaliza."
Durante a discussão do programa do governo na AR, foi a vez de Paulo Portas retomar o discurso de combate ao clientelismo e anunciar o fim dos directores adjuntos distritais da Segurança Social. "Para acabar com os jobs for the boys, o melhor é mesmo acabar com a profusão de jobs", afirmou. Tendo em conta dados do executivo, a extinção destes cargos permite poupanças anuais de 1,1 milhões de euros.
Há ainda o objectivo moralizador de despartidarização do aparelho do Estado manifestada pelo governo, em que no programa do executivo, Passos Coelho se compromete "a promover o mérito no acesso aos cargos" e a preparar nova legislação que estabeleça um sistema independente de recrutamento e selecção. O governo quer ainda "despolitizar os processos de recrutamento dos cargos dirigentes mais importantes, atendendo às melhores práticas internacionais na matéria".
Antes de qualquer comentário sobre o cerne da notícia, dois apontamentos:PPC não anunciou a exoneração dos governadores civis, apenas não nomeou novos…
Quando PP anunciou o fim dos directores adjuntos distritais da Segurança Social e o respetivo ministro disse que se poupariam 1,1 milhões de euros, se esse era o custo dos cargos, estaremos muito longe de tal poupança, porque haverá apenas a deslocação desses dirigentes para os serviços anteriores, ganhando apenas menos…
Quanto à abertura do período da caça ao boy socialista, título e palavras repetidas noutras notícias sobre a matéria, o meu comentário, contra as facções.
Contra os boys e a despartidarização do aparelho do Estado? Claro, no passado, no presente e no futuro!
Promover o mérito no acesso aos cargos dirigentes mais importantes do Estado? Obviamente, no passado, no presente e no futuro!
Excluir funcionários em excesso em cada um dos ministérios? Lógico, nem é preciso ter o curso de gestor!
Pedir aos ministérios para fazerem uma “LISTA de SOCIALISTAS” nomeados (por Sócrates) e logo num dos primeiros Conselhos de Ministros? Admissível, para efeitos estatísticos e combate político!
Usar a “LISTA de SOCIALISTAS” nomeados (por Sócrates) para excluir do lugar e em primeiro lugar, havendo excessos? Impensável, porque é pura discriminação, que pode contrariar o conceito da meritocracia apregoada e contraria os Direitos Humanos!
Às questões: Quem, onde trabalha, o que faz e se é útil nas funções que desempenha, deveriam responder TODOS os nomeados (presume-se que TODOS), quer por Sócrates, quer por outros dirigentes de outros partidos, que antes estiveram no poder, mesmo que há muito tempo. A limpeza tem que ser total, para o Estado e o governo ficarem de mãos limpas.
Diz uma fonte do executivo que a radiografia pode parecer pidesca e digo eu, só parece porque os PIDES perseguiam os comunistas e agora são os socialistas. E diz que é profundamente necessária, mas é a redução de dirigentes e não a eliminação de dirigentes com cartão partidário, ou apenas simpatizante. São competentes? Ficam! Independentemente da raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra
Tudo o mais é pura persecução, que não dignifica nenhum Político e não é admissível nos dias de hoje. Ou será?
PS – Não tenho telhados de vidro, esforço-me por não ser facioso, sou contra facções, contra a arbitrariedade e contra a indiferença do que é visivelmente chocante. Normalmente coloco-me na posição do atingido, não gostei e acho um péssimo presságio…

Declaração Universal dos Direitos do Homem
Artigo 2.º
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.
Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

4 comentários:

  1. Certíssimo, Miguel!
    Anabela Magalhães

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  2. Anabela
    Infelizmente. O mais importante no 1º Conselho de Ministros, não era implantar o Macartismo...

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  3. Como habitualmente, mais um dardo na "mouche"!

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  4. Luís Costa
    Voltamos ao antigamente, em tudo. Isto é que é uma regressão ao passado!

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